O Open Banking, conhecido no Brasil como Open Finance, vem transformando a forma como nos relacionamos com serviços financeiros. Desde seu lançamento oficial em fevereiro de 2021 até os dias atuais, essa iniciativa impulsionou uma verdadeira revolução, trazendo mais liberdade e eficiência para milhões de usuários. Em 2025, ao completar cinco anos de regulamentação, o ecossistema se consolidou como um dos modelos mais inovadores do mundo, redefinindo a experiência bancária cotidiana.
Contexto Histórico e Regulatório
O Banco Central do Brasil estruturou o Open Finance em várias fases, começando pela abertura de dados cadastrais e evoluindo para serviços mais complexos, como iniciação de pagamentos e portabilidade de dívidas. Essa abordagem gradual garantiu a adoção segura e constante do modelo, com auditorias regulares e requisitos rigorosos de governança.
Uma das principais conquistas desse período foi a criação de múltiplos mecanismos de consentimento, que colocam em evidência o controle total do usuário sobre suas informações. A regulamentação também estimulou a participação de bancos, fintechs, seguradoras e corretoras, promovendo colaboração e competição em escala inédita.
Números e Indicadores de Impacto
Os números reforçam o êxito do Open Finance. Em 2025, já eram |111 milhões de consentimentos ativos| e mais de |70 milhões de contas conectadas|, com média de |3,5 bilhões de chamadas de API por semana|. Esses dados não apenas comprovam a aceitação massiva, como também demonstram o dinamismo das transações e serviços disponíveis.
A originação de crédito via Open Finance atingiu R$ 31 bilhões, com fintechs respondendo por R$ 5,4 bilhões, ou 17% do total. A gestão financeira agregada somou 55 milhões de contas ativas, evidenciando o empoderamento do consumidor na administração de suas finanças.
Diferenciais do Modelo Brasileiro
Em comparação com outros países, o Brasil se destaca pela abrangência e velocidade. A penetração de 28% da população bancarizada contrasta com os 21% do Reino Unido, enquanto o uso médio de APIs chega a 12 acessos diários por instituição, quase três vezes superior ao patamar britânico.
Além disso, o ecossistema brasileiro integra bancos, cooperativas, fintechs, seguradoras e varejistas. Essa amplitude faz do nosso país um laboratório de inovação financeira em escala, servindo como referência para relatórios acadêmicos e estudos internacionais.
Casos de Uso Transformadores
Usuários relatam histórias de vida melhoradas pelo Open Finance. João, um microempreendedor, antes enfrentava dificuldades para obter crédito. Hoje, graças à análise de seu fluxo de caixa por uma fintech, conseguiu um empréstimo com taxa 25% menor, expandindo seu negócio sem burocracia.
Maria, professora, utiliza um agregador financeiro para consolidar contas correntes, cartões de crédito e investimentos, recebendo alertas sobre vencimentos e oportunidades de rendimento. Essa visão unificada trouxe tomada de decisão mais rápida e economia efetiva em tarifas bancárias.
Em startups, a iniciação de pagamentos via APIs facilita a automação de cobranças, integrando sistemas de faturamento a carteiras digitais. As transações instantâneas eliminam etapas manuais e reduzem custos operacionais.
- Visualização unificada de múltiplas contas
- Crédito com avaliação de perfil em tempo real
- Pagamentos instantâneos sem redirecionamentos
Segurança e Proteção ao Usuário
A segurança do Open Finance é garantida por camadas de criptografia, autenticação multifator e certificações das APIs. Esses mecanismos resultam em níveis muito baixos de fraude, tornando as transações mais seguras do que muitos métodos tradicionais.
Todas as solicitações de dados dependem de autorização explícita, armazenada em registros auditáveis. O usuário pode revogar consentimentos a qualquer momento, conferindo-lhe autonomia para decidir com quem compartilha suas informações.
Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) se aplica a todo o processo, obrigando as instituições a adotarem políticas transparentes e práticas rígidas de segurança, alinhadas aos padrões internacionais de privacidade.
Benefícios Sistêmicos e Inclusão Financeira
O Open Finance amplia o acesso a serviços financeiros, alcançando populações historicamente excluídas. Estima-se que 8 milhões de brasileiros sem relação prévia com o sistema bancário passaram a ter conta ativa e acesso a crédito.
- Inclusão de “clientes invisíveis” pelo uso de dados alternativos
- Maior competitividade, reduzindo tarifas e ampliando opções
- Personalização de ofertas baseadas em comportamento
Essa evolução estimula a inovação em toda a cadeia, fortalecendo a economia local e promovendo o crescimento sustentável de pequenos negócios.
Como Começar a Usar o Open Finance
Para adotar essa nova realidade, o usuário deve seguir um passo a passo simples e seguro. Primeiro, verifique se sua instituição financeira faz parte do ecossistema de Open Finance. Em seguida, acesse o app ou internet banking e localize a área de compartilhamento de dados.
Depois, selecione os serviços desejados, como gestão financeira agregada ou plataformas de crédito, e conceda os consentimentos necessários. Por fim, escolha um agregador ou fintech confiável e acompanhe suas operações em tempo real. A qualquer momento, você pode revogar autorizações e ajustar permissões.
Essa jornada oferece autonomia e controle pleno das informações, permitindo que o usuário tire o máximo proveito dos benefícios disponíveis.
Desafios Atuais e Perspectivas Futuras
Apesar dos avanços, ainda existem desafios a superar. A adesão de empresas é limitada: apenas 400 mil consentimentos de pessoas jurídicas, frente a dezenas de milhões de clientes pessoa física. Além disso, lacunas em bancos de menor porte e cooperativas geram cobertura desigual.
- Expansão do engajamento de clientes corporativos
- Melhoria da experiência de integração para PMEs
- Integração completa de investimentos e previdência
O futuro promete etapas como a portabilidade de investimentos, prevista para 2026, e o compartilhamento de dados de seguros e previdência, ampliando ainda mais o escopo do Open Finance. Essas evoluções devem consolidar um ambiente cada vez mais colaborativo e inovador.
O Brasil como Referência Global
Estudado por centros de pesquisa renomados como Oxford e entidades de benchmarking, o Open Finance brasileiro serve de inspiração para políticas financeiras em diversos países. A amplitude da regulamentação e a participação ativa de múltiplos segmentos reforçam o país como líder mundial em Open Banking.
Com a consolidação das próximas fases e o engajamento contínuo de instituições e usuários, o Brasil seguirá protagonizando a revolução da experiência bancária, mostrando ao mundo como dados abertos podem gerar prosperidade, inclusão e inovação contínuas.