Em um momento de profunda transformação global, instituições financeiras precisam estar preparadas para cenários cada vez mais complexos. A combinação de fatores tecnológicos, ambientais e geopolíticos reforça a urgência de uma abordagem robusta na gestão de riscos.
Panorama dos Principais Riscos em 2025
O cenário de riscos financeiros em 2025 reflete uma pressão de múltiplos fatores sistêmicos, onde tecnologia, clima, geopolítica e instabilidade macroeconômica atuam em sinergia. Para navegar esse ambiente, líderes precisam diagnosticar as ameaças e implementar estratégias proativas.
- Cibersegurança e ameaças digitais
- Disrupção tecnológica, IA e Open Finance
- Mudanças climáticas e riscos ambientais
- Incerteza geopolítica
- Riscos de crédito, liquidez e solvência
- Fraudes, suborno e crimes digitais
- Regulação e compliance
- Capital humano e continuidade dos negócios
- Blockchain, tokenização e decentralização financeira
Cibersegurança e Ameaças Digitais
Identificada como o principal risco até 2025, a digitalização das operações financeiras amplificou a vulnerabilidade a ataques sofisticados. Ameaças cibernéticas vêm tanto de grupos estatais quanto de hackers independentes, explorando falhas em sistemas baseados em nuvem e dispositivos conectados.
Nos últimos anos, ciberincidentes cresceram exponencialmente, demandando investimentos em ferramentas de monitoramento contínuo, testes de penetração e planos de resposta ágil. A terceirização de serviços em nuvem exige auditorias regulares para evitar configurações inadequadas e acessos não autorizados.
Disrupção Tecnológica, Inteligência Artificial e Open Finance
A disrupção digital, especialmente a implementação de IA generativa, lidera o ranking de risco até 2028, com crescimento de 19 pontos percentuais. Embora a tecnologia prometa ganhos de até 9% nos lucros do setor bancário, traz desafios éticos e de compliance.
Hyperpersonalização e automação avançada ampliam a eficiência, mas exigem proteção de dados e privacidade rigorosa. O avanço do Open Finance acelera a integração entre plataformas, expandindo o perímetro de risco e demandando adaptação regulatória contínua.
Mudanças Climáticas e Riscos Ambientais
As mudanças climáticas subiram da 12ª para a 6ª posição entre os maiores riscos na América Latina e devem ocupar o top 5 globalmente. Impactos diretos abarcam custos de energia, produtividade, falhas em cadeias de suprimentos e aumento de prêmios de seguro.
Pressões ESG e expectativas de investidores exigem relatórios de sustentabilidade e cenários de estresse climático. Instituições devem avaliar cenários futuros, incorporando métricas de carbono e adaptações em suas políticas de risco.
Incerteza Geopolítica e Macroeconomia
Tensões como a guerra na Ucrânia e conflitos no Oriente Médio elevam a volatilidade dos preços de energia e frete, ameaçando a estabilidade de mercados emergentes. A tendência de desglobalização pode prejudicar exportações e gerar choques inflacionários.
Sob sanções financeiras, modelos de negócio devem ser revisados para mitigar impactos em liquidez e solvência, enquanto equipes de risco monitoram indicadores políticos e econômicos em tempo real.
Riscos de Crédito, Liquidez e Solvência
Em um cenário de juros mais baixos, rendimentos tradicionais são pressionados, forçando bancos e seguradoras a buscar fontes alternativas de receita. Empréstimos problemáticos já apresentam aumento nas carteiras de imobiliário comercial e PME.
Fortalecer a cultura de compliance e revisar provisões de crédito são medidas essenciais. Modelos de stress test devem contemplar cenários de alta inadimplência e restrição de mercado.
Fraudes, Suborno e Crimes Digitais
A disrupção digital e a crise de confiança ampliam o risco de fraude e práticas de suborno, especialmente no setor público. Governança insuficiente e processos manuais vulneráveis facilitam crimes financeiros.
Investir em análise comportamental, blockchain para rastreabilidade e programas de ética corporativa ajuda a mitigar essas ameaças, garantindo maior transparência.
Mudanças Regulamentares e Compliance
Novas regulamentações para IA, Open Finance, proteção de dados e requerimentos ambientais expandem o escopo de compliance. Instituições precisam de equipes multidisciplinares para interpretar normas e implementar controles internos eficazes.
Capital Humano e Continuidade dos Negócios
A gestão de talentos diante da automação exige programas de requalificação e capacitação constante. Além disso, a velocidade das mudanças demanda resiliência organizacional verdadeiramente robusta e planos de continuidade atualizados.
Blockchain, Tokenização de Ativos e Descentralização Financeira
Blockchain possibilita a tokenização de ativos, oferecendo liquidez e inclusividade. Contudo, riscos de segurança e lacunas regulatórias requerem frameworks de auditoria e supervisão específicos.
Recomendações para Gestão Proativa de Riscos
Para enfrentar esse cenário, é fundamental:
- Implementar governança abrangente e contínua
- Adotar tecnologia de ponta e monitoramento em tempo real
- Fomentar a cultura de risco e compliance internamente
- Investir em capacitação e requalificação de equipes
- Desenvolver planos de continuidade que considerem múltiplos cenários
Ao alinhar estratégia, processos e tecnologia, instituições conseguem não apenas mitigar ameaças, mas também identificar oportunidades de inovação. A antecipação e a adaptabilidade serão diferenciais decisivos no mercado global de 2025.